
II. – Ainda que, em relação à presciência e decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas aconteçam imutável e infalivelmente, todavia, pela mesma providência, ele ordena que elas sucedam segundo a natureza das causas secundárias, ou necessária, ou livre ou contingentemente.
III. – Deus, em sua providência ordinária, faz uso de meios, todavia ele é livre para operar sem eles, acima deles e contra eles, como lhe apraz.
IV. – O onipotente poder, a imutável sabedoria e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam em sua providência, que seu conselho determinado se estende até mesmo à primeira queda e a todos os demais pecados dos anjos e dos homens (e isso não por uma mera permissão) que ele também limita de maneira sapientíssima e poderosa, bem como regula e governa, numa múltipla dispensação para os seus próprios e santos propósitos; mas de tal modo que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão-somente da criatura, e não de Deus, e que sendo ele santíssimo e justíssimo, nem é e nem pode ser o autor ou o aprovador do pecado.
V. – O sapientíssimo, justíssimo e graciosíssimo Deus com freqüência deixa, por algum tempo, seus próprios filhos à mercê de multiformes tentações e da corrupção de seus próprios corações, com o fim de castigá-los pelos seus pecados anteriores, ou levá-los a descobrirem a força oculta da corrupção e fraudulência de seus corações, a fim de serem humilhados, e a fim de elevá-los a uma dependência mais íntima e a uma confiança mais constante no apoio dele, e fazê-los mais vigilantes contra toda e qualquer ocasião futura de pecar, e para vários outros fins justos e santos.
VI. – Quanto àqueles homens perversos e ímpios a quem Deus, como justo Juiz, cega e endurece em razão dos pecados anteriores, deles ele não só retem sua graça pela qual poderiam ter sido iluminados em seus entendimentos e transformados em seus corações; mas às vezes também ele subtrai os dons que eles possuíam, e os deixa expostos a tais coisas que se lhes tornam em ocasião de pecado pela sua própria corrupção; outrossim, os entrega às suas próprias concupiscências e às tentações do mundo e ao poder de Satanás; e assim sucede que eles se endurecem, até pelos mesmos meios que Deus usa para o amolecimento de outros.
VII. – Visto que a providência de Deus, em geral, se estende a todas as criaturas, assim, de uma maneira muito especial, ela cuida de sua Igreja e tudo dispõe para o bem dela.
Obs: A DECLARAÇÃO SAVOY FOI A PRIMEIRA CONFISSÃO CONGREGACIONAL DE FÉ
Nenhum comentário:
Postar um comentário