quinta-feira, 22 de setembro de 2011

COMENTÁRIO BÍBLICO GÊNESIS 1:2-31

Os versículos restantes deste capítulo descrevem os seis dias de Criação que moldaram a terra para ser habitada pelos seres humanos. Cada um desses dias, com duração de 24 horas. O Criador poderia ter feito a sua obra perfeita e instantânea a princípio, mas por este processo gradual Ele pode mostrar qual é, ordenadamente, o método de Sua providência e graça. Um caos foi a primeira matéria. Ela é aqui chamada de terra (embora a terra propriamente dita não tenha sido feita até o terceiro dia). Era como uma massa pesada e desordenada. Não havia nada desejável de ser visto, porque era sem forma e vazia. Mesmo se houvesse qualquer coisa desejável para ser vista, não havia luz para vê-la (este caos representa o estado de uma alma desgraçada e pecadora. Há desordem, confusão, e toda obra má). O Espírito de Deus foi o primeiro a se mover. Ele se movia sobre a face das águas que naquele momento estavam misturadas com a terra em seu estado primata. Aprendemos, consequentemente, que Deus não só é o autor de todos os seres vivos, mas a fonte de vida e movimento. A matéria morta estaria para sempre morta, se Ele não a tivesse estimulado. Um poder como este que tirou o mundo da confusão, do vazio, e das trevas, no início do tempo, pode também, no fim do tempo, tirar nossos corpos maus da sepultura, embora ela seja uma terra de trevas como as próprias trevas, e torná-los corpos gloriosos de luz. Luz essa, a qual o mesmo Espírito produzirá em nossas almas escuras por causa do pecado.   No primeiro dia, Deus ordenou que a luz se separasse das trevas e, com isso, estabeleceu o ciclo dia e noite. Esse ato não deve ser confundido com a criação do sol, da lua e das estrelas no quarto dia. Em 2 Co 4:6, o apóstolo Paulo estabelece um paralelo da separação entre a luz e as trevas com a conversão do pecador. Parece que, antes do segundo dia, a terra estava completamente imersa numa camada espessa de água, talvez em forma de vapor carregado. No segundo dia, Deus dividiu essa camada em duas partes: uma cobriu a terra, e a outra formou as nuvens, e entre elas surgiu a atmosfera, ou firmamento. A este firmamento Deus chamou céus, isto é, o espaço imediatamente acima da superfície do planeta (não o espaço estelar, nem o terceiro céu, onde Deus habita). O versículo 20 deixa claro que o céu aqui se refere ao espaço onde voam as aves. Depois disso, Deus ajuntou as águas que cobriam o planeta e fez aparecer a porção seca, criando assim a terra e os mares. Além disso, no terceiro dia Deus fez surgir todos os tipos de plantas e árvores na terra. Somente no quarto dia Deus criou os luzeiros no firmamento dos ceús (o sol, a lua e as estrelas) para iluminarem a terra e servirem no estabelecimento do calendário. No quinto dia, Deus povoou as águas com peixes e a terra, com aves e insetos. A palavra traduzida por aves significa "seres que voam", incluindo morcegos e bichos alados. No sexto dia, Deus criou os animais e répteis. A lei biológica da reprodução aparece repetidamente com as palavras conforme a sua espécie. Há variações significativas entre as "espécies" que compõem a vida biológica, mas não há cruzamento entre uma espécie e outra. A coroa da obra de Deus foi a criação do homem à sua imagem e semelhança. Isso significa que o homem foi colocado na terra como representante de Deus e, de certa forma, partilha características semelhantes com o seu Criador. Como Deus, o homem possui intelecto, juízo moral, poder de comunicação e uma natureza emocional que transcende seus instintos. Não há indicação de semelhança física no texto. Ao contrário dos animais, o homem é não apenas um ser criador (gerador de vida) mas também, adorador. O propósito da procriação humana é a reprodução de seres que sirvam e adorem conscientemente Aquele que os criou. A Bíblia apresenta a origem dos sexos como um ato criativo de Deus (a evolução até agora não conseguiu explicar como surgiram os sexos). Deus poderia ter criado toda a raça humana de uma única vez, assim como fez com os anjos, porém, conforme observou Santo Agostinho, Deus optou pela procriação, a fim de ensinar aos seres humanos a humildade e interdependência mútua, bem como Seu Poder e Sabedoria. Se Deus tivesse criado os homens da forma como criou os anjos, alguém poderia objetar Sua Sabedoria e Poder, indagando mais ou menos o seguinte: "isto é tudo o que Deus sabe e pode fazer?" Mas, louvado seja Deus, que Ele sabe como fazer a ambos de acordo com suas respectivas naturezas, por sinal, bem distintas! Quanto a criação visível, Deus ordenou ao homem o seu cuidado e domínio ao invés do descuido e destruição. A crise atual que afeta o meio ambiente se deve à ganância do homem, bem como ao seu egoísmo e negligência. No início do mundo, os animais eram herbívoros, e o homem, vegetariano. Essa situação mudou após o dilúvio (Gn 9:1-7). Na Bíblia, não se atribui uma data específica à criação do céu e da terra ou à criação do homem. Contudo, o texto apresenta genealogias. De acordo com as mesmas, o homem não poderia ter vivido na terra por milhões de anos, como querem os evolucionistas. Ao final dos seis dias literais da Criação, viu Deus que tudo quanto criou era bom em sua natureza e propósito. Em João 1:1,14; Colossenses 1:16 e Hebreus 1:2 se ensina que o Senhor Jesus foi o agente da Criação junto com o Pai e o Espírito Santo (Gn 1:2) bem como seu alvo. Sendo assim, um dia tudo será nosso se formos de Cristo (1 Co 3:22,23).

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