No Princípio Criou Deus os Céus e a Terra - Gn 1:1
Nestes versículos temos a obra da criação em seu embrião. Sendo o fundamento de toda religião baseado em nossa relação com Deus como nosso Criador, é justo que o livro das revelações divinas, que tinha o propósito de ser o guia, apoio, e regra da religião do mundo, começasse - como de fato começa - com um relato simples e completo da criação do mundo. Este mundo foi, no princípio do tempo, criado por um Ser de sabedoria e poder infinitos, que existia antes de todo tempo e de todos os mundos. Aprendemos com isso quatro coisas: (1) Que o ateísmo é loucura, e os ateus são os maiores loucos na natureza. Porque eles vêem que há um mundo que não poderia se fazer sozinho, e, no entanto, não reconhecem que há um Deus que o fez. (2) Que Deus é o Senhor Soberano de todos por um direito incontestável. Uma vez que Ele é o criador, sem dúvida ele é o dono, o proprietário dos céus e da terra. (3) Que com Deus todas as coisas são possíveis. Portanto, feliz é o povo que o tem por seu Deus, Sl 128:1. (4) Que este Deus é digno de glória e louvor, e é exaltado acima de tudo e de todos, At 17:24-26.
Esta é a parte visível da Criação que Moisés aqui procura explicar. Portanto, ele não menciona a criação dos anjos. Mas como a terra não só possui a sua superfície enfeitada com ervas e flores, mas também as suas entranhas são enriquecidas com metais e pedras preciosas (embora a criação delas não seja mencionada aqui), assim os céus não só são embelezados aos nossos olhos com luminares gloriosos que enfeitam o seu exterior (de cuja criação lemos a seguir), mas por dentro estão repletos de seres gloriosos, fora da nossa vista. Estes são seres celestiais que superam em excelência os astros, assim como o ouro e as safiras excedem os lírios do campo. Quão transcendente então deve ser a beleza do Criador. No mundo visível é fácil observar: (1) Grande variedade. Diversos tipos de seres imensamente diferentes uns dos outros em sua natureza e constituição. (2) Grande beleza. O céu azul e a terra verdejante com seus ornamentos são charmosos ao olhar de espectadores curiosos. (3) Grande exatidão e precisão. Tal obra é mais refinada do que qualquer obra de arte. Há uma dependência mútua de seres, uma harmonia de movimentos, e uma admirável cadeia e conexão de causas. A própria terra em si possui uma força magnética. (4) Grande poder. Foi feito a partir do nada. (5) Grande mistério. Há fenômenos na natureza que não podem ser resolvidos, segredos que não podem ser compreendidos nem explicados. Mas a partir do que vemos do céu e da terra podemos facilmente deduzir a divindade e majestade eterna do Criador: Deus. Deus em toda Sua pessoalidade: Pai, Filho e Espírito Santo. O Filho de Deus (Jesus) estava presente quando o mundo foi feito. Frequentemente ouvimos que o mundo foi feito por Ele e para Ele, e sem Ele nada do que foi feito se faria (Jo 1:3,10 / Cl 1:16). Que nossa condição e posição, como homens, nos faça lembrar da nossa obrigação como cristãos, que é sempre manter o céu em nossa vista e a terra debaixo de nossos pés. Que pensamentos elevados isto deve formar em nossas mentes a respeito deste grande Deus, de quem nos aproximamos em adoração religiosa, e deste grande Mediador (Jesus) em cujo nome chegamos mais perto!
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